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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Documencast

O Documencast traz Carlos Oliveira, diretor do documentário "Os Canais de Saturnino". Ele conta como foi o processo de produção desse documentário. 


Documentário Sambaiatuba



O vídeo a seguir faz uma comparação entre a arte produzida com o lixo por Vick Muniz no documentário Lixo Extraordinário e a arte que surge no Parque Ambiental Sambaiatuba. O local antigamente era um lixão, e agora conta com oficinas de culinária e moda. 


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Documentário: entenda suas características

Realidade é o principal foco do gênero, fruto de grandes prêmios internacionais

Juliana Marcello

Tudo começou com o documentário de 1920, “Nanook, o Esquimó”, que mostra uma história de amor e sobrevivência de uma família de esquimós, acompanhando sua caça, pesca e migrações. O diretor norte-americano Robert Flaherty foi o primeiro a apresentar o gênero, caracterizado pelo excesso de exploração da realidade.


Entre as diversas características que o gênero apresenta estão a sua narrativa, que expressam a real intenção de demonstrar uma realidade, ou até mesmo de modelar e interpretar algum fato com propósitos educativos ou de entretenimento.


Esse tipo de filme deve ser assistido por aqueles que admiram coisas feitas de modo real, seja ele bom ou ruim, sem fugir do atual. Diferentemente dos longas-metragens, que são de maiores bilheterias e mostram coisas irreais ou de difícil alcance da realidade.


A proposta do blog “Documentário Brasil” é justamente mostrar a qualidade que os documentários brasileiros possuem, resultando em prêmios internacionais e levando o nome do Brasil a fora. Aos nossos leitores, contamos com a colaboração de todos, dando críticas ou sugestões.

“Nós que aqui estamos por vós esperamos”: o século XX revelado


Filme-memória mostra fatos históricos com imagens verídicas e contrastantes

“Nós que aqui estamos por vós esperamos” é um documentário brasileiro dirigido por Marcelo Masagão que pode ser considerado um tanto curioso. Embora não haja divisão dos temas, os assuntos são mostrados levemente diante dos nossos olhos com a ausência de falas e presença de legendas introdutórias com nomes e descrições.


Por se tratar de um relato visual, seu ponto alto é percebido através da riqueza das imagens histórias e verídicas, que foram achadas em acervos de várias partes do mundo.


Masagão conta com a ferramenta de sobreposição de imagens a fim de mostrar o pensamento dos personagens e a memória do século XX.


A trilha sonora, produzida por Win Mestens, é melancolia e com base no piano. O tom instrumental muda conforme as imagens, fazendo com que o telespectador não se desconcentre das cenas e entre no clima.


O documentário retrata algumas mudanças que marcaram o século XX, possuindo vasto contexto histórico. Entre os assuntos abordados, Marcelo mostra as mudanças do mundo e do homem antes, durante e após as guerras, revoluções, golpes, ditaduras, movimentos e desenvolvimento tecnológico.


Como tema principal, aborda a banalização da vida e da morte. A industrialização, as mudanças na área de comunicação após a invenção do telefone, rádio e da energia elétrica, a independência feminina, igualdade dos sexos, a busca dos sonhos e ideais, a questão da sobrevivência, religiões e a produção de carros também estão presentes na obra. Além de relembrar fatos históricos, como a queda do muro de Berlim e a Revolução Cultural na China.


O filme revela a vida de celebridades e de pessoas comuns a fim de levar ao telespectador a importância de cada indivíduo para a história e não dá para saber se as comuns são fictícias ou reais.


A cena final, do letreiro do cemitério, deixa a entender que a vida humana é frágil e que todos os homens se igualam na hora da morte, ou seja, todos vão para o mesmo local independente de suas realizações em vida.


Apesar de ser um filme brasileiro, ele faz poucas citações do Brasil. Talvez, seja porque o Brasil não participou de guerras, mas mesmo assim, é um país que possui problemas.


Em suma, o filme consegue mostrar, apenas com imagens, os contrastes do mundo e do homem durante o século XX humanizando e contextualizando a história. E embora seja um filme de 1998, ainda é atual por apontar problemas presentes até hoje na sociedade, como: desemprego, violência e fome.

“Senna” conta a vida de Ayrton Senna dentro das pistas

Documentário é uma homenagem a trajetória profissional de um dos maiores ícones da fórmula 1

Isabella Castro


Imola, 1/05/1994. Ayrton Senna ocupava a sétima posição do GP de San Marino e estava prestes a chegar à curva Tamburello. Mas, a sua Willians não consegue fazer essa curva e acaba batendo no muro a uma velocidade de 310km/h. Senna não chegou a sair do autódromo com vida. Uma fatalidade que fez milhões de brasileiros chorarem. Esse é apenas um dos momentos que fazem parte do documentário “Senna”. Ao longo das quase duas horas a vida desse grande piloto de formula 1 é contada a partir de imagens de arquivo.

O fato mais estranho é que o documentário de um dos maiores ícones da formula 1 mundial e o maior piloto brasileiro de todos os tempos não foi idéia de um brasileiro. A direção de “Senna” é do londrinho Asif Kapadia, de “Um Guerreiro Solitário”, que conseguiu levar pros espectadores a vida de Ayrton Senna de uma forma primorosa. O roteirista do longa, o inglês Manish Pandei, era um grande fã do piloto, talvez o brilhantismo do documentário possa se dever em grande parte a isso.

O enredo é linear e narra a vida de Senna desde quando ele estreiou na formula 1, em 1984, até o fatídico acidente em 1994. A vida pessoal do piloto praticamente não entrou em cena no documentário. Os namoros com Adriane Galisteu e Xuxa somente são citados ao longo do filme. Além disso, podemos ter uma noção de como são (sujos) os bastidores desse esporte quando Senna é excluído de uma corrida em 1989 para Prost sagrar-se campeão.

O documentário opta por mostrar os fatos de uma maneira diferente. A estética da narrativa não é feita por cenários, e as pessoas que dão depoimentos sobre a vida do piloto não aparecem. Toda a vida de Senna é contada a partir de imagens de arquivo cedidas pela família e também por emissoras de televisão.

Galvão Bueno, Reginaldo Leme e Viviane Senna falaram sobre a vida de Senna, porém seus rostos não apareceram. Podemos somente ouvir as vozes em off, que “conversam” com as imagens de arquivo. Imagens, aliás, que com certeza receberam um tratamento especial do diretor de fotografia Gregers Salt e, apesar de serem antigas, aparecem em bom estado no filme.


A edição de texto e de imagens andaram juntas e conseguiram um resultado muito bom. A primeira foi responsável por escolher frases marcantes e interessantes dos depoentes. Já a segunda teve um trabalho muito difícil, o de praticamente contar a vida do piloto em cima de imagens e conseguiu fazer isso sem confundir o espectador.

Quando entra em cena uma das brigas de Senna e Alan Prost, toda a emoção e nervoso da situação são passadas principalmente pela edição das imagens, com closes dos rostos de Senna e Prost, em reuniões que acontecem antes das corridas. Tudo o que é comentado em off, seja por depoentes ou por frases do próprio Senna, pode ser traduzido nas imagens.


A trilha sonora utiliza músicas para passar a emoção que estiver sendo retratada no momento. E é claro que toda vez que Senna subiu no lugar mais alto do pódio nós podemos ouvir o tradicional tema da vitória tocado nas transmissões da Rede Globo.


É emocionante rever as vitorias de Ayrton Senna da Silva, e triste relembrar o acidente que tirou a vida dele. “Senna” é indicado para pessoas que acompanharam a história desse ícone da formula 1 e também para aqueles que, como eu, sabem apenas de partes da trajetória dele.


Com o filme o espectador consegue captar o forte perfeccionismo apresentado por Senna dentro das pistas. Também é possível entender ,a partir das imagens de arquivo, toda a rivalidade que existiu entre Prost e Senna e, além disso, relembrar momentos marcantes como a primeira vitória do piloto em Interlagos.

Pelé é retratado sem emoção


Documentário que conta a história do rei do futebol é superficial

Juliana Vieira

Falta emoção. Esta é a impressão quee os primeiros títulos do jogador. De repente, a vida de Pelé começa a ser divididas por te fica ao assistir ao documentário Pelé Eterno de direção de Aníbal Massaini Neto (2004). Apesar de contar a trajetória do rei do futebol, o filme deixa a desejar quando o quesito é a narrativa.

O roteiro de José Roberto Torero podia ter sido melhor. No início, a trama parece ser linear, narrando o nascimento, a infância, o começo da carreira mas, como a vida afetiva fora de campo e a busca pelo milésimo gol, confundindo o espectador.

A história do rei do futebol narrada por Fúlvio Stefanini com texto de Armando Nogueira perde a grandeza e beleza, justamente, quando o ator principal entra em cena. Pelé aparece durante todo o filme narrando e comentando alguns de seus lances e principais momentos no futebol. Entretanto, não aparenta nenhuma emoção e na maioria de suas falas parece estar apenas lendo um texto.

Mais marcantes do que os depoimentos do próprio Pelé foram as falas dos companheiros de equipe e também dos adversários. Momentos que emocionam não só o público, como o próprio rei, que demonstra emoção no máximo duas vezes durante o documentário de duas horas de duração.

Um dos papéis do documentário é buscar aprofundar determinado assunto. Em Pelé Eterno, entretanto, a narrativa é muito superficial. Apenas apresenta de maneira reduzida, aquilo que a maioria da população já sabe e não busca aprofundar na vida do rei de futebol que poucos conhecem, por exemplo, seu relacionamento com a família.

Durante o documentário, imagens restauradas das jogadas de Pelé foram coletadas de emissoras de televisão e mostraram porque Edson Arantes do Nascimento é o maior jogador de futebol de todos os tempos. E se não fossem elas, a obra sobre a vida do Pelé seria reduzida a nada.

A trilha sonora do filme, produzida por Vicente Sálvia, foi muito bem trabalhada. A ideia de unir o samba aos momentos do futebol brasileiro não poderia ter dado mais certo, afinal samba e futebol parecem ter nascido um para o outro. Além disso, as músicas foram encaixadas durante o filme de maneira com que combinasse com a época, como a famosa canção “Pra frente Brasil” da Copa de 1970. Inclusive, por diversas vezes, é a música que eleva o clima o filme, quando este fica cansativo.

E fica cansativo porque quem assiste já espera o que virá a cada cena. Não há nada que surpreenda o espectador. Só aqueles que não conhecem Pelé e não entendem nada de futebol acham “Pelé Eterno” um espetacular documentário.

Ao contrário da trilha sonora, a sonoridade deixa a desejar. Por diversas vezes, os gritos e cantos dos torcedores na arquibancada parecem fora do contexto. Os sons (gritos e falas) que são acoplados a estes personagens não estão em sintonia, deixando mais do que claro que estes momentos não são originais.

Sem dúvida, a história mexe no emocional daqueles que são apaixonados por futebol, mas toda a emoção fica por conta das palavras de Armando Nogueira, na quase perfeita interpretação de Fúlvio Stefanini e das belas imagens. A combinação de palavras e interpretação leva o espectador a viajar no tempo e se sentir dentro das arquibancadas que vibravam com os perfeitos lances de Pelé.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Apresentação




O blog “Documentário Brasil” é produzido pelas estudantes Fabiana Pardini, Isabella Castro, Juliana Marcello e Juliana Vieira, que cursam o 5º Semestre de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Católica de Santos. O tema do blog são os documentários brasileiros, produções cinematográficas que exploram a realidade, mas que não necessariamente a reproduzem como ela é. O objetivo é trazer informações e dicas dos melhores filmes produzidos em território brasileiro e destacar o ambiente, no qual os documentários foram produzidos.


Vamos abordar não somente produções atuais, mas também produções antigas que fizeram sucesso. Entre elas, "Garapa" e "Ônibus 174" ambos de José Padilha e "Edifício Master" de Eduardo Coutinho.


Temos como público-alvo todos os interessados em conhecer esta área do cinema que não é muito explorada no país e que não tem a divulgação merecida em outros meios de comunicação.



Ideias e sugestões podem ser enviadas para o e-mail documentandoarte@gmail.com e siga nosso perfil no twitter @documentabrasil